Acidente com gás deixa 5 mortos, no Rio de Janeiro
- periciaengenharia
- 5 de abr. de 2016
- 3 min de leitura
A população carioca acordou nesta manhã com mais uma tragédia envolvendo gás. Uma explosão no Condomínio Fazenda Botafogo deixou ao menos 13 feridos e cinco mortos. Especialista em análise de sinistros, engenheiro Samuel Stephan Thomaz ensina a diferença entre o Gás encanado e o Gás GLP, e os cuidados que você deve ter para prevenir acidentes.
Tanto o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), que são distribuídos em botijões que variam de 05 a 90 Kgs, e o GN (Gás Natural) canalizado, que é distribuído pela tubulação que está sob responsabilidade da Ceg e Ceg Rio possuem padrões aceitáveis de segurança e precisam ser instalados e operados de forma correta.
Lembrando o acidente de São Cristóvão as evidências apontam para uma explosão oriunda do escapamento de gás de um imóvel comercial que fazia uso de botijões de GLP, que quando misturado ao oxigênio do ar forma uma mistura inflamável se estiver dentro de uma faixa chamada de limites de explosividade, assim como na presença de uma fonte de energia ativante, como, por exemplo, centelha, faísca, calor ou chama. Ao atingir o ponto de fugor este inflama, causando a explosão, que é a expansão do volume e consequente deslocamento de massa de ar próximo.
Por ser um gás mais pesado que o ar, o GLP quando disperso em um ambiente com deficiente ventilação permanece depositado na parte baixa deste espaço, e dependendo da concentração pode formar uma mistura inflamável. Motores de geladeiras, por exemplo, ligam e desligam de forma automática para manter temperatura no interior do equipamento, o acionamento repentino do sistema gera centelha, podendo desencadear uma explosão por encontrar o ambiente perfeito para este fenômeno.

Já o Gás Natural encanado é mais seguro que o GLP, pois, por ser mais leve que o ar se dispersa com mais facilidade na atmosfera. Além disso, seu ponto de combustão/fugor é bem maior do que o do GLP, que tem como principal perigo o risco vazamento, que pode acarretar em uma explosão ou até mesmo causar asfixia.
Desde 1976, toda legislação de segurança contra incêndio e pânico é aplicada pelo CBMERJ. que atende o disposto no Decreto nº 897 de 21 de setembro de 1976 (Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – CoSCIP), que em seu Art. 143 dispõe que, o suprimento de GLP a todos os prédios com mais de 5 (cinco) unidades habitacionais, ou a novos prédios com destinação recreativa, hoteleira, comercial, ou a qualquer outra que estimule ou provoque a concentração de público, bem como às novas edificações situadas dentro do perímetro urbano, só poderá ser feito colocando-se o botijão ou cilindro no pavimento térreo e do lado de fora da edificação, em uma central própria para este fim, construída conforme as Normas Técnicas vigentes.
Ressalto que as centrais de gases GLP devem estar de acordo com a Norma ABNT NBR 13523: 2008, que estabelece os requisitos mínimos exigíveis para projeto, montagem, alteração, localização das centrais de gás liquefeito de petróleo (GLP) com capacidade de armazenamento total máxima de 1500 m³, para instalações comerciais, residenciais, industriais e de abastecimento de empilhadeiras.
Desde setembro de 2014 existe uma Lei vigente sobre as instalações de gás, no Estado do Rio de Janeiro, que ainda está no processo de implantação.
Abaixo separei 13 dicas importantes para manter as instalações de Gás Natural e GLP dentro dos padrões de segurança.
Jamais obstrua o acesso ao registro ou válvula de segurança do seu equipamento;
Mantenha o aquecedor de gás sempre limpo, regulado e em local ventilado;
Utilize um pano de algodão com detergente neutro para limpar a mangueira flexível que liga o gás encanado ao fogão;
Mantenha produtos e objetos inflamáveis longe dos aquecedores a gás;
Jamais deixe que crianças mexam em aparelhos a gás;
Ao se ausentar por um período prolongado, feche o registro de segurança;
Não utilize o aquecedor de água ou sua chaminé para secar roupas ou armazenar produtos de qualquer espécie;
Solicite a um profissional experiente que posicione o registro de segurança em local acessível para deficientes físicos;
Providencie a instalação de um detector de vazamento de gás nas proximidades do aparelho em caso de morador com deficiência de olfato;
Procure sempre um profissional qualificado e exija o cumprimento das normas brasileiras vigentes de instalação de equipamentos a gás;
Verifique se a mangueira, que liga o botijão de gás ao fogão, está etiquetada e em conformidade com as normas ABNT;
Deixe sempre o botijão em um lugar ventilado. Caso aconteça um vazamento o gás não irá acumular;
Manuseie a troca do botijão somente com as mãos e jamais utilize ferramentas para não danificar o mesmo.
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