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- Créditos Jornal O Globo
- 31 de jan. de 2017
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Entrevista com o engenheiro Samuel Stephan Thomaz para o jornal O Globo
RIO — Sete pessoas de uma mesma família ficaram feridas após um elevador despencar em um prédio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite desta segunda-feira. As vítimas — sete adultos e uma criança de seis anos— estavam de saída para jantar, por volta das 20h, quando o acidente aconteceu, no edifício Giacometti, um dos oito que integram o condomínio Nova Ipanema. A criança não sofreu ferimentos.
As vítimas pegaram o elevador no décimo sétimo andar do prédio. De acordo com Sérgio Gazzola, parente das pessoas que sofreram o acidente e que não estava no elevador na ocasião, contou que a queda teria ocorrido a partir do oitavo andar. Dentre as pessoas que sofreram o acidente estavam moradores do Rio e os parentes que vieram de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para passar o Réveillon no Rio.
— Eles saíram do 17º andar e acredita-se que o elevador tenha despencado do oitavo para baixo, porque foi a hora que o pessoal viu que o visor do elevador apagou. Depois, caiu — afirmou ele. — O socorro foi feito pelo Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Samu, demorou cerca de 15 minutos para tirarem eles do elevador.
Militares do quartel da Barra foram acionados para realizar o socorro. As vítimas foram levadas para o Hospital municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro. Nenhum deles corre risco de morrer. Dentre as vítimas, uma das integrantes da família, Junia Calazans, fraturou uma das vértebras e dois homens sofreram fraturas na região do joelho. Eduardo Gazzola, que mora no Rio, Renato Drummond, morador de Belo Horizonte, já receberam alta.
Fernando Rochinha, professor de Engenharia Mecânica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), estima que a velocidade da queda tenha sido de 70 km/h e o impacto deva ter chegado a 5 toneladas, tendo em vista que o elevador tem capacidade para 12 pessoas ou 820 quilos, segundo funcionários do prédio.
Ainda de acordo com os funcionários do edifício, a empresa Otis, fabricante do elevador, foi acionada na manhã desta terça-feira e fez uma vistoria no equipamento, que foi desligado e isolado.
A Otis informa, através de sua assessoria, que "está trabalhando para coletar todas as informações sobre o ocorrido o mais breve possível".
De acordo com a família das vítimas, essa não foi a primeira vez que um elevador despenca no mesmo prédio. Um acidente similar teria ocorrido recentemente.
— Da outra vez, o meu primo (este não estava no local na noite desta segunda-feira) estava dentro do elevador. Tiveram um machucado na cabeaça, porque o teto caiu quando o elevador bateu no chão. Mas ninguém teve nada grave. — disse Sérgio Gazzola. — Foi a segunda vez com gente da mesma família.
AUTOVISTORIA
Em janeiro de 2014, a prefeitura do Rio decretou a obrigatoriedade de vistorias técnicas periódicas em prédios, com intervalo máximo de cinco anos, a fim de verificar as condições de conservação, estabilidade e segurança das edificações e garantir, quando necessário, a execução de medidas reparadoras. O decreto, no entanto, não especifica a vistoria de elevadores.
- A norma de autovistoria estabelece que as edificações e suas condições de segurança devem serverificadas como um todo. No entanto, há uma lei municipal, fiscalizada pela Gerência de Engenharia Mecânica (GEM) da Rioluz, que estabelece que todos os condomínios devem contratar uma conservadora de elevadores. E tal empresa deve fazer a manutenção dos equipamentos mensalmente e atestar anualmente suas condições de uso - afirma o engenheiro mecânico Samuel Stephan Thomaz, perito de sinistros e sócio da Perícia Engenharia e Soluções.
Em nota, a Rioluz informou que técnicos da Gerência de Engenharia Mecânica estiveram no local e constataram que os elevadores são licenciados. A empresa responsável pela manutenção é a Elevadores Otis do Brasil Ltda., que também está com seu registro regular.
Segundo a nota, numa primeira análise das informações colhidas no local, foi constatado que não houve queda livre do elevador. A hipótese mais provável é a falha no sistema eletrônico de reconhecimento de posição do elevador que provocou uma parada brusca pela atuação do limite de segurança de fim de curso da cabine.
Ainda de acordo com a RioLuz, a equipe que esteve no local constatou que havia um piso de granito no elevador acidentado. A peça pode ter escorregado na frenagem mecânica da cabine, parando apenas nas molas hidráulicas de amortecimento.
Após a liberação do elevador pela perícia, os técnicos da Rioluz darão continuidade ao procedimento para descobrir as causas e os equipamentos que apresentaram falhas.
ACIDENTE FATAL
Na última sexta-feira, uma jovem de 24 anos morreu, na noite de sexta-feira, ao cair do 6º andar dentro do poço de um elevador, no prédio onde morava, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Segundo a Polícia Civil, o equipamento onde Flora Muller estava com outros passageiros deu defeito e parou de funcionar. Com o elevador parado, a grade de proteção foi aberta por um porteiro e uma das pessoas saiu. Quando a jovem, natural de Petrópolis, tentou saltar, acabou se desequilibrando e caiu no poço. A vítima morreu ainda no local.
Fonte jornal O Globo
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